De Filhotes da X-9 à X-9 Paulistana – Uma história de lutas e glórias
A X-9 Paulistana é apadrinhada pela escola de samba X-9 A Pioneira (Santos). Conheça aqui a história da madrinha da X-9 Paulistana.
O Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba X-9 Paulistana foi fundado em 12 de fevereiro de 1975, no bairro da Parada Inglesa, Zona Norte de São Paulo, por um grupo de amigos que comemoravam no famoso Bar do Japonês a vitória do seu time de futebol, o Grêmio Internacional Parada Inglesa (Gipi), time de várzea da região.
Como em qualquer comemoração, era indispensável uma boa batucada regada com muita cerveja. Assim surgiu a ideia de fundar uma escola de samba, o G.R.C.E.S. Filhotes da X-9, tendo como presidente Luiz Ademar Moura Campos.
A trajetória da Filhotes da X-9 no carnaval paulistano divide-se em duas partes distintas. Da sua fundação até meados da década de 1980, sua participação era tímida, inexperiente. A partir de 1986, observam-se as mudanças com Laurentino Borges Marques (Lauro) assumindo a presidência e estabelecendo uma diretoria mais atuante. Lauro ficou à frente da agremiação verde-vermelha-branca até novembro de 2001, quando faleceu, assumindo a presidência José Manoel Gaspar até abril/2013.
Para o carnava de 2014, André dos Santos, assume a presidência da X-9 Paulistana por onde fica 4 carnavais, passando a presidência para Ailton Martinelli, o Branco.
Durante sua gestão apresentou enredos memoráveis, como a inesquecível homenagem à Arlindo Cruz, que esteve presente no Sambódromo do Anhembi e emocionou o público presente. Branco ficou por 4 anos na presidência, passando a presidência para o Mestre Adamastor, atual presidente.
Rumo ao Grupo Especial
Com nova administração, a X-9 assumiu um estilo arrojado e profissional. Resultado? Torna-se campeã em todos os grupos intermediários (IV, III, II e I), atingindo ao máximo, em 1995, com o enredo “Arco-Íris da Ilusão”, seu objetivo: integrar o Grupo Especial das Escolas de Samba de São Paulo, sendo campeã em 1997 com o enredo “Amazônia, a Dama do Universo”, fato inédito para uma escola de samba com apenas três desfiles no Grupo Especial.
Em 1998, com “Sonhos de um Cowboy Brasileiro”, ficou com a nona colocação e, em 1999, com “Laços e Abraços no Mundo do Mercosul”, ocupou o terceiro lugar. Já em 2000 levou o campeonato com a Vai-Vai, sacudindo o Sambódromo com o enredo “Quem É Você, Café?”, em que contou o ciclo cafeeiro no Brasil acontecido didaticamente no período “inicial” de 1730 a 1770.
Em 2001, com o enredo “Estive Aqui, Lembrei-me de Você… Me Leva, Brasil!”, classificou-se em terceiro. No ano seguinte, a agremiação entrou na avenida com o tema “Aceito Tudo… Quem Sou Eu? O Papel!”, fez um desfile campeão, mas nem tudo deu certo. No início do desfile houve problemas com o som e houve atraso na cronometragem. No fim das contas, a X-9 ultrapassou 1 minuto de seu desfile e perdeu seis valiosos pontos que a levaria a dividir o título com a Gaviões da Fiel.
Em 2003, a escola entrou na avenida ao amanhecer com o enredo “Pi, Iê, Rê, Jeribatiba ou Pinheiros. A Deusa dos Rios Clama por Sua Preservação. Se Ele Muda de Curso, Pode Mudar Sua História”, um samba contagiante que levantou os foliões. Mesmo fazendo um lindo desfile e sendo a favorita de sábado, na pesquisa Ibope/Rede Globo, a X-9 ficou com nota 9,5 do público (somente atrás da Gaviões da Fiel, com 9,7) e obteve a terceira colocação.
Enredos sempre diferentes
Em 2004, foi a vez do enredo “Se Vens à Minha Casa com Deus no Coração, Senta-se à Mesa e Coma do Meu Pão”, que conquistou o vice-campeonato. No seguinte, em 2005, a dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó foi homenageada com o enredo “Nascemos para Cantar e Também Sambar” e, mais uma vez, a escola foi vice-campeã.
Já em 2006, com o tema “X da Questão”, trouxe para a passarela todas as formas de se expressar o X e ficou em sexto lugar. Em 2007, um mar de cores invadiu o Anhembi! Era a X-9 Paulistana com o enredo “Força Brasil – O País Que Surge das Tintas Delira num Carnaval de Cores”, conquistando a décima colocação.
Já o enredo de 2008, “O Povo da Terra Está Abusando. O Aquecimento Global Vem Aí… A Vida Boa Sustentável Pede Passagem”, lembrou ao folião de um dos problemas mais sérios que o planeta vem vivendo, o aquecimento global, conseguindo o sexto lugar. Com intuito de uma Amazônia “carnavalizada”, em 2009 a X-9 desfilou o tema “Amazonas, Conseguimos Conquistar com Braço Forte. Do Esplendor da Havea Brasiliensis à busca pela Terra sem Males” e também alcançou a sexta colocação.
Em 2010, apresentou os 100 anos da imigração portuguesa no Brasil com o enredo “Do Além-Mar a Herança Lusitana nos Une… Ora, pois, a X-9 Paulistana É Portuguesa com Certeza!”, quando ficou em nono lugar.
Em 2011, a escola verde-vermelha-branca levantou o Sambódromo com o tema “De Eterna Criança a Embaixador da Esperança. Renato Aragão, Didi Trapalhão!”
Um grande Rally “invadiu” o anhembi em 2012, com o enredo: “Trazendo Para os Braços do Povo o Coração do Brasil. A X-9 Paulistana Num Grade Rally Desbrava Essa Gente Varonil”. Uma grande competição que mostrou as fases de um Brasil que ninguém conhecia.
Em 2013, a X-9 Paulistana mostrou que São Paulo é a terra de todos com o enredo: “Se Pra Ter Diversidade Basta Viver em Harmonia. Sorria! Pois São Paulo Hoje é Só Alegria”
Em 2014, com o enredo: Insano, a X-9 apostou em um tema abstrato, inovou em toda concepção de carnaval da agremiação mas, não esperava a chuva que apareceu no meio do nosso caminho no dia do desfile. Os componentes que alí estavam para desfilar, sofreram com a forte chuva que caiu antes e principalmente durante o nosso desfile. Colocando assim, um desafio a todos os Xisnoveanos que estavam desfilando na passarela do samba. O mundo do samba, sentiu as dores do desfile da X-9 Paulistana, e mesmo assim, elogiaram o crescimento da escola, a evolução dos componentes mesmo naquela tempestade e dizendo que não merecíamos a colocação que ficamos.
Em um ano em que grandes cidades brasileiras passam por uma crise hídrica, a X-9 Paulistana inova mais uma vez e em 2015 trazendo o enredo: “Sambando na chuva, num pé d’água ou na garoa, sou a X-9 numa boa!”, falando da chuva. Um carnaval surpreendente para os Xisnoveanos, um desfile belo e luxuoso que encantou o anhembi.
No ano de 2016, um desfile lindo, inovador e ousado a X-9 Paulistana trouxe ao anhembi a história do Açaí com uma homenagem aos 400 anos de Belém do Pará. Um desfile surpreendente e emociante mesmo com algumas adversidades. O enredo “Açaí Guardiã, do amor de Iaça ao esplendor de Belém do Pará”, rendeu muitas mídias a X-9 por todo Brasil e principalmente em Belém onde seu povo empolgado aceitaram nosso tema de braços abertos.
Apostando na interação do público e a volta ao grupo especial, no carnaval de 2018 as pessoas puderam brincar durante todo o desfile da X-9 Paulistana com os ditados populares, rendeu muitos comentários com a plástica apresentada pelo carnavalesco Amarildo de Mello.
Em 2019 a emoção tomou conta de todos os amantes do carnaval e do samba, com o desfile da X-9 em homenagem ao grande artista Arlindo Cruz. Momento marcante e histórico para toda comunidade Xisnoveana.
ETERNOS XISNOVEANOS – In Memorian
– Paulo Telles (Eterno Rei Momo)
– Dona Adélia (Eterna Baiana)
– Sonia (Porta-Bandeira)
– Tadeu Telles (Rei Momo)
– Nelson Gomes (Sr. Nelsinho)
– Laurentino Borges (Eterno Presidente)
– D. Enide (Baiana)
CURIOSIDADES
A X-9 é a única escola de samba de São Paulo que em apenas três anos conquistou o título no Grupo Especial (em 1995, obteve o 5° lugar, em 1996, o 7° lugar, e, em 1997, o tão desejado primeiro lugar).
O nome X-9 foi inspirado em um personagem de histórias em quadrinhos.
O primeiro presidente da X-9 Paulistana (na época o nome da escola era Filhotes da X-9) foi Luiz Ademar de Moura Campos. Ele ficou à frente da agremiação até 1980. Faleceu em outubro de 2003.
A partir de 1980, a presidência passou para Humberto Henrique Rodella, que era vice-presidente de Luiz. Ele ficou até fevereiro de 1983, quando renunciou ao mandato.
Em 1983, Castro Alves da Silva, diretor administrativo da gestão de Humberto, assumiu a presidência, permanecendo nela até março de 1985, quando também renunciou ao mandato.
Em abril de 1985, Laurentino Borges Marques (Lauro) ocupou a vaga de presidência, onde permaneceu até 30 de setembro de 2001, data de seu falecimento.
De outubro de 2001 à abril de 2013, José Manoel Gaspar, vice-presidente do Lauro, esteve no comando da agremiação.
O enredo de 2005, “Nascemos para Cantar e Também Sambar, que deu o vice-campeonato para a escola, foi baseado no livro “Chitãozinho & Xororó – Nascemos para Cantar”, lançado pela jornalista Ana Lúcia Neiva em 2002.
A X-9 Paulistana é apadrinhada pela escola de samba X-9 A Pioneira (Santos). Conheça aqui a história da madrinha da X-9 Paulistana